28 outubro 2009

"A inocência do prazer"


A mesma armadilha. Errar o mesmo erro até conseguir escrever sobre ele.
Dormir três noites ao lado dele e não fazer outra coisa além de dormir, e pior, nem toda a noite de conxinha. Penso que evoluí, pelo menos hoje não ando mais a pé para fazer a mesma coisa. Em um passado não muito distante era exatamente isso que eu fazia, andar pelo menos uns 9km sem um puto no bolso para dar ao menino uma nova oportunidade de me imprecionar. Talvez se eu não achasse o sexo tão fundamental, se tivesse tido mais carinho em casa, se pudesse dizer não aos meus impulsos.
Talvez... O fato é que estive de novo com ele, por quatro longos dias em que ele fumou muito, bebemos e dormirmos juntos para no último dia conseguir lhe bater uma punheta.
É para isso que gastei meu pouco dinheirinho investindo em lubrificantes e camisinhas, vinhos relativamente caros e principalmente torrando a minha escassa paciência. Bater-lhe uma punheta!
Vão me dizer que sexo não é tudo, mas eu sempre acho que as relações sexuais são o termômetro do amor. E aqui eu falo em quantidade mesmo. Muitas significam muita paixão. Poucas uma perda súbita de interesse na pessoa que se esforçou para dormir ao seu lado.
É carência e das bravas!
Tenho uma necessidade insasiável de contato físico, para mim dormir junto só é bom se eu puder me enganchar no seu pescoço por toda uma noite. E ouse reclamar de calor! Ver as costas do meu companheiro por toda a noite doloroso como passar fome.
Para mim dormir junto prevê um abraço interminável que o sono e a previsão metereológica não interfira e se possível sexo, antes de dormir e ao amanhecer. Para dormir cada qual virado para um canto fico em casa na minha caminha de solteiro, onde pelo menos ao acordar poderei soltar pum impunimente...
Mas o Cazuza escreveu algo nesse sentido,é uma música, chama-se "A inocência do prazer". É sobre como a gente se arma para fazer as coisas darem certo e em como estamos errados ao fazer isso. Geralmente saimos frustrados disso tudo, e mesmo quando a coisa sai, não flui.
Fica forçado... e a gente nunca terá certeza se era pra ser ou se forçarmos a barra de tal forma que teve que ser.
Outro dia foi assim, deitada ao lado dele sem a menor perspectiva de fazê-lo virar-se para mim. Olhando para sua nuca como uma mendinga esfomeada, xingando até sua oitava geração... Mas havia outras coisas que alimentavam o meu ódio além do tesão. Havia a minha vontade de sair pra rua e beber, estava linda e queria ser vista.
E o que fiz? Liguei para um seu amigo, disse que estávamos (eu e ele, que na verdade dormia profundamente) loucos para fazermos alguma coisa e perguntando que o tal amigo ia fazer aquela noite. Respondido, articulado e combinado fui me vestir de acordo e ele continuava dormindo. Só acordou na hora que esse seu amigo chegou já meio alterado pelo álcool, falando alto e insistindo que deveriamos acompanha-lo até um bar onde estava rolando uma banda legal. Ele, atordoado pelo sono aceitou. Por que não é o tipo de cara que deixa amigo na mão (namorada ele deixa!) e lá fomos nós, ele claro não entendendo como eu já poderia estar pronta para sair quando ele ainda estava terminando de acordar. E eu feliz com minha armação dando certo e com as possibilidades que a noite oferecia.
Se foi divertido? Sim, por que era noite, a cerveja estava gelada e as companhias eram muito agradáveis...
Mas seria muito melhor se não tivesse existido um outro dia, uma tarde que nada prometia e que ficará marcada pela naturalidade com que o prazer chega, sem ser solenemente convidado. Depois de tomar um banho despretencioso, entre o quarto dele e a cozinha. Olhar nos seus olhos durante um encontro bobo (eu ia a cozinha, ele voltava para o quarto) e ler neles todo o amor escrito através dos tempos. Um beijo só e ser arrastada para o quarto.
Tardes assim são tão maravilhosas que seriam melhor que não tivessem existido. Só assim eu poderia continuar a achar que posso com boa vontade contornar qualquer obstáculo ou ganhar carinho no grito!

1 comentários:

Lou Albergaria disse...

Penso que está julgando demais as pessoas sem nem ao menos lhes dar o direito de defesa.
Calma, menina! "CADA UM SABE BEM A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É."

MUITAS VEZES SOMOS AQUILO QUE DEIXAMOS DE SER...