28 outubro 2009

No céu, sobre o lixo

Caminhar descalça no céu, de sainha de cortina e sob uma chuva medonha. Não há mais nesta casa onde fui feliz deseperadamente, ele vendeu tudo e cheirou tudo. Tá sem grana pra ir embora mas tenho certeza que irá ainda hoje. E vai ser melhor assim, preciso retomar a minha vida enquanto tenho uma. E ele precisa preservar melhor a dele.
Não consigo chorar e isto está me matando. Recuperei a fé em mim e em Deus. E ele foi totalmente responsável por isso, paradoxal. "Ele" que a vida toda negou todos os valores cristãos, se vangloria de ser comunista e ateu. No fim acabou dando-me motivos suficientes para buscar em oração a misericórdia divina.
Não sou capaz de afirmar que Deus estava conosco, mas deve ter mandado um representante eficiente. Outra coisa não explica que o ar ainda entre em nossos pulmões, nos mantendo vivos para continuar a praticar tanta merda. E ri delas.
O " Ele" em questão me recriou, melhor, me inventou outra vez e com ele vai uma Tulipa. Uma que só existiu em seus braços.
Aí a gente na emoção faz promessas, parei de beber e de fumar por que quero viver para ver onde esse cara vai parar! Potencial ele tem, falta mãe por perto.
Continuando, pela última vez nessa casa, sentada sobre um monte de papéis velhos e sujos e escrevendo estas coisas, valeu a pena demais errar ao seu lado... E ele as vezes fala umas coisas tão idiotas que só rindo mesmo... me fez anotar para depois calcular quantas namoradas teve e acabou de me contar que contando com a minha pessoa ele deve ter comido umas 30 meninas depois que terminou o ultimo namoro. Coisas que um líder politizado como ele só teria coragem de confessar a mim, prefiro nem imaginar o por que.
Exageros a parte, não consegui sentir ciúmes, juro. E nem estranho... acho que de tanto bancar a moderna eu deformei meu coração para sempre...
Eu o amo. Tá doendo pra caralho saber que agora é thau pra sempre mas eu ainda consigo sorrir.
Feliz por que tudo isso existiu de verdade, de novo bancando a leoa, decidida que não sei ser feliz de outra forma.
No final, felizmente não existe uma só maneira de fazer dar certo, fiz do meu jeito e deu muito certo. Tanto quanto pode dar certo algo que se faz de olhos fechados e guiada pela intuição.
Acabou aqui, sentada sobre um monte de lixo o luxo de coexistir com ele.
Sou grata. Deus é o cara!

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